Resistencia

sábado, 31 de outubro de 2015

ÁGUA EM MARTE





"Marte não é o planeta seco que pensávamos. Em certas circunstâncias, existe água líquida em Marte", disse Jim Green, diretor de ciência planetária da Nasa, em anúncio nesta segunda-feira.
Em uma entrevista coletiva, cientistas da agência espacial americana afirmam que manchas escuras observadas na superfície de Marte podem estar ligadas à existência de água corrente durante o verão no planeta.
"Essas manchas se formam no fim da primavera, aumentam no verão e somem no outono. Por 40 anos, não pudemos explicar por que elas existiam", afirmou Green.
"Marte sofreu uma enorme mudança climática e perdeu sua água. Mas há muito mais umidade no ar do que jamais havíamos imaginado."
Dados do satélite Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) mostram que as linhas escuras, que aparecem em declives marcianos, estão associadas a depósitos de sal, que podem alterar os pontos de congelamento e evaporação da água, fazendo com que ela fique líquida por tempo suficiente para se mover. Sem isso, a água congelaria nas baixas temperaturas do planeta.



Já são frequentes os boatos que a NASA pretende enviar homens para Marte em 2030, afim de explorar e futuramente povoar o planeta. Muitos questionam a decisão, temendo consequências ruins para a humanidade, já outros são a favor e acham a ideia de propagar a nossa espécie em outro planeta de suma importância, até para a nossa sobrevivência.
O fato é que, conseguindo resolver o problema do deslocamento, construindo uma nave que suporte o trajeto até lá, surge outra questão importante: as condições de vida em marte. Por mais que seja possível enviar homens à Marte, é necessário que haja condições mínimas de sobrevivência no planeta. Caso contrário será um tentativa em vão. É por isso que os últimos dias tem sido de extrema movimentação para os cientistas que estudam nosso “vizinho”, pois recentemente foram encontradas evidências de água líquida em Marte, e isso muda completamente o rumo das coisas, pois se forem mesmo confirmadas, isso pode ser um indício para responder a dúvida de todos nós, se realmente há vida no planeta.
Em 6 de agosto de 2012, por meio de uma missão espacial, o rover Curiosity (robô-veículo do tamanho aproximado de um carro médio destinado a explorar a superfície de Marte) pousou na superfície do planeta e desde então tem explorado sua superfície para ajudar os cientistas a desvendarem seus mistérios.

Curiosity está proibida de investigar a água encontrada em Marte

Embora as imagens registradas por uma sonda em órbita sob Marte, a MRO (Mars Reconnaissance Orbiter) sejam deveras animadoras e convincentes, nunca poderão ser 100% confirmadas se não formos capazes de analisar e estudá-la. Partindo do nosso problema inicial, de que não há seres humanos no planeta, a única alternativa que resta é estudar essa descoberta pelos meios que temos: robôs.
Até aí tudo bem, acontece que o robô que habita Marte, o Rover Curiosity foi proibido de chegar perto de onde foram encontradas as evidencias de água graças a um tratado internacional assinado em 1967. O Curiosity está a cerca de 50 quilômetros do local e não tem permissão para se aproximar.
Isso tudo porque quando ocorreu a missão espacial para levar o robô ao planeta, foram necessários 9 meses de viagem para percorrer os 225 milhões de km que separam a Terra do planeta vermelho, para que enfim ele conseguisse aterrizar em Marte. O que significa que ao longo do caminho o robô pode ter pego sujeira, poeira e todos os tipos de micróbios misteriosos que provavelmente o deixaram contaminado. E segundo o Tratado assinado em 1967 “qualquer pessoa está proibida de enviar uma missão, robô ou ser humano para perto de uma fonte de água (no Espaço Exterior) no temor de contaminá-la com a vida terrestre”. Ou seja, sem a esterilização do Curiosity, não há como se aproximar da água.

O que fazer?

A NASA pode esterilizar suas sondas se quiser, o problema vai além disso. De acordo com o astrobiólogo da Universidade de Nova Gales do Sul, Malcolm Walter, eles poderiam expor o Curiosity a quantidades absurdas de calor e radiação que iriam destruir qualquer coisa que conseguisse sobreviver à viagem da Terra, em apenas alguns minutos, porém, se fizessem isso, eles estariam acabando com componentes eletrônicos internos do robô no processo. Ou seja, não resolveria muita coisa, muito pelo contrário, pioraria a situação, pois além de não podermos estudar as evidências de água em Marte, perderíamos o seu explorador (Curiosity).
“Para deixá-la completamente esterilizada, eles teriam que usar radiação ionizante ou quantidades de calor realmente poderosos, sendo que ambos danificariam os componentes eletrônicos”, diz Walter. “Então, eles não irão tão longe”.
A única opção que resta, além de esperar que algum ser humano possa ir à Marte e estudar a água com suas próprias mãos, seria enviar robôs para o planeta que fossem capazes de construir outros robôs que pudessem investigar a água. Diminuindo assim o risco de contaminação. No ano passado, a Nasa anunciou que está construindo robôs que podem imprimir estruturas 3D em Marte, então esta também poderia ser uma ótima possibilidade. Enquanto isso, nada de se aproximar da água marciana.